“Santana de Parnaíba é contra a vinda da Ceagesp”

Uma conversa franca com o prefeito da cidade apontada pelo Índice Firjan como a terceira melhor gestão fiscal do Estado de São Paulo, considerando as cidades com mais de 100 mil habitantes, e vigésima do País no ranking dos 100 melhores municípios para investir em negócios

Elvis Cézar, em seu gabinete, admite: “Quero ser o melhor prefeito do País | foto: Fabiano Martins / Secom Santana de Parnaíba

O advogado Elvis Leonardo Cezar (PSDB), prefeito de Santana de Parnaíba, município que acaba de completar 439 anos, tem motivos de sobra para comemorar o atual momento da administração de seu segundo mandato. O Índice Firjan, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, em seu último levantamento, classificou o município como o primeiro na região, terceiro melhor do Estado e o 11º no Brasil em Gestão Fiscal. Já no ranking 2019 das 100 melhores cidades para investir em negócios no Brasil, com população acima de 100 mil habitantes, publicado pela revista Exame, o município figura novamente entre as cidades que oferecem as melhores condições para investir e empreender, no qual ocupa o 20º lugar.

O prefeito recebeu a reportagem de Viva S/A em seu gabinete e falou sobre os mais diversos temas. A seguir, os melhores momentos do encontro.

Pesquisa feita pelo Instituto MAS em agosto deste ano demonstrou que mais de setenta por cento da população da cidade aprova a sua gestão. A que o senhor atribui esse resultado?
Atribuo à dedicação intensa de toda a equipe da prefeitura. Por exemplo: chegando muito cedo ao trabalho e saindo muito tarde, com uma estratégia bem desenhada para a cidade, investimos sobremaneira em todas as áreas. A nossa é uma gestão que emprega eficiência. Temos vontade de fazer acontecer. Costumo dizer para os meus secretários: “nós não viemos aqui para ser mais um. Viemos para ser os melhores do Brasil”. Somos a primeira cidade do País com iluminação de LED e vamos fechar 100% até março do ano que vem. Trabalhar dá resultados, e a população os acompanha de perto. É difícil um indicador do Brasil em que nós não vamos estar entre os vinte primeiros. Somos a terceira maior empregadora do Estado de São Paulo, e a segunda em capital humano. Somos referência no combate à mortalidade infantil. Apresentamos a segunda melhor segurança pública do País, a primeira do Estado de São Paulo. Santana de Parnaíba é a primeira em crescimento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Estado de São Paulo. Entre as 100 melhores cidades do território nacional para investir em negócios, estamos em vigésimo lugar, de acordo com a revista Exame. Também iremos congelar o IPTU em 2020 pelo sexto ano. Todos esses vetores traduzem e aferem uma gestão de resultados.

Hoje, qual é o principal problema do município e o que o senhor pretende fazer para resolvê-lo?
Na verdade, são dois: saúde e a mobilidade urbana. Como a nossa cidade é pujante, há uma efusão de investimentos. E precisamos filtrá-los, no sentido de verificar o que é bom e o que vai deixar um passivo para a cidade. Por exemplo: a construção de milhares de apartamentos. Isso deixa um passivo gigantesco para a cidade. O crescimento é importante. Pode ocorrer verticalização? Pode! Desde que seja feita com planejamento adequado. A mobilidade urbana é um problema mundial. A toda hora tem que se pensar em um novo acesso, em uma calçada, em uma ciclovia, ciclofaixa, transporte público e por aí vai. Já na saúde, em vez de avançar nos gastos e criar um passivo municipal muito forte, penso em “comprar cirurgias”. Quero alugar leitos de UTI, com eficiência, e gastar trinta por cento do que gastaríamos se implantássemos uma unidade hospitalar. Não encontramos no público? Vamos entregar no particular.

O número de empreendedores no Brasil cresce muito ano a ano. Há políticas de incentivos para esses profissionais?
Existem várias. Neste momento, queremos acelerar essas políticas, que são a criação do Inova Parnaíba. Temos estimulado muito a indústria 4.0. Inauguramos uma Fatec para a indústria 4.0. Isso vai proporcionar, para o município, uma atração de negócios sem igual, porque é uma mão de obra raríssima no Brasil e muito procurada. A ideia é trazer ainda mais empresas de tecnologia para a cidade. Poucas regiões no Brasil abrigam sete data centers como nós. O Google vem para uma planta da Equinix, que opera data centers em várias regiões do planeta, inclusive aqui em Santana de Parnaíba. É a segunda planta que nós acabamos de aprovar. Eles estão analisando os detalhes para uma nova obra privada. O Google virá para essa planta, pois é cliente da Equinix. A sede do Google no Brasil continua sendo em São Paulo, mas já é uma “perninha” (risos).

O governador do Estado de São Paulo, João Doria, voltou a cogitar a mudança da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo – Ceagesp, para a região. O senhor é a favor?
Sou contra, entendo e respeito o interesse pela nossa cidade, mas tenho que priorizar a qualidade de vida do cidadão, algo que temos trabalhado para garantir a todos. Eu tenho de criar um ambiente estrutural para melhorar a vida das pessoas. Vão melhorar dez bairros em São Paulo, eles ficarão magníficos, já aqui corremos o risco de ter perdas. Tinha de haver outro modelo. Portanto, sou contra. Correu um boato até de que o acordo já estava assinado. E não está. Isso não existe.

Recentemente, o senhor lançou o Plano de Metas 2020/2021, contendo os detalhes das obras e projetos que serão implantados na cidade e que poderão ser acompanhados de perto pela população por meio do site da prefeitura. Quais serão as prioridades?
Queremos, antes de qualquer coisa, manter a gestão de eficiência e transparência. Fazer um orçamento participativo, porque nós tivemos mais de 700 sugestões online oriundas da população. Muitas ideias dos munícipes confirmaram a nossa visão e nos deram o panorama periférico: “opa, olha, não tinha pensado por esse ângulo”. No Brasil, conheço uma ou outra cidade que fez o que fazemos aqui: abrir espaço para a população poder se manifestar. Orçamento participativo é moda em Portugal e em outros países na Europa.

O senhor pode adiantar quais são seus planos para quando deixar o cargo?
Meu foco agora é a prefeitura de Santana de Parnaíba, onde quero entregar o meu melhor para superar as expectativas da população que acreditou no meu trabalho. Estou trabalhando, em média, 14 horas por dia para deixar uma cidade melhor do que assumi. Paralelamente, quero contribuir com o projeto do governador João Dória, pessoa que admiro e que tenho o compromisso de ajudá-lo na região e no Estado para que um novo modelo político seja adotado em nosso País, visando à seriedade e transparência para colocar o Brasil no ritmo de crescimento sustentável, pois acredito na força do nosso povo brasileiro, e o governador e eu estamos muito alinhados nesse propósito. Outros planos estão em desenvolvimento, mas ainda é prematuro falar sobre eles.

Como é a sua rotina?
Acordo muito cedo e tenho “desmaiado” igualmente cedo. É raro o dia em que passo das 22h30 acordado. Hoje mesmo, às 5h30 eu já havia lido quatro jornais. Às 7h gravei vídeo, depois fui a São Paulo, voltei e já fiz fisioterapia. A minha rotina, hoje, está um pouco menos acelerada, porque estou me tratando de uma hérnia de disco. Mas é uma rotina de despacho, de muito pé na rua, acompanhamento do orçamento, do cumprimento das metas, atendimento ao povo. Confesso que é uma rotina intensa, mas que faço com orgulho pois sei que meu trabalho tem melhorado a vida do cidadão parnaibano e vou continuar entregando o meu máximo para fazer valer o voto de confiança que me deram.

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